23 de janeiro de 2012

ANIMADOR VOCACIONAL: QUEM É E O QUE DEVE FAZER

Subsídio de Formação de Animadores Vocacionais
para o mês de Fevereiro
ANIMADOR (A) VOCACIONAL: QUEM É E O QUE DEVE FAZER
“O dever de fomentar as vocações pertence a toda a comunidade dos fiéis” (OT 2, PDV 41)
A preocupação, portanto, com as vocações é de responsabilidade de toda a comunidade cristã e, como já foi dito outras vezes, a Animação Vocacional é uma dimensão da pastoral diocesana. Portanto, alguns cristãos dentro da comunidade eclesial, sentem-se chamados(as), vocacionados(as), a serem voz do Deus que chama para ocuparem-se das vocações. Estes são os animadores(as) vocacionais, pessoas “chamadas para chamar”.
            Animador vocacional é aquela pessoa entusiasta, padre, religioso (a) ou leigo (a), que imprime esperança e faz levantar o ânimo das comunidades desanimadas, fazendo-as ouvir o chamado de Deus.
Qualidades de um (a) animador (a) vocacional
Apontamos aqui algumas qualidades necessárias ao animador vocacional, religioso ou leigo, a fim de que seu trabalho obtenha os resultados esperados. Elas não se encontram em todos os animadores, pois todos são humanos, sujeitos a falhas. São, todavia, objetivos a alcançar. Todos os dias cada um poderá aperfeiçoar-se nas qualidades humanas, não desprezando a graça divina.
Antes de tudo, o animador vocacional devera ser uma pessoa de fé e oração. O adolescente, o jovem acreditam antes na pessoa que apresenta o ideal do que no ideal apresentado. Eles querem saber se é possível viver o que está sendo apresentado. Antes de acreditar na felicidade, querem saber se a pessoa que está falando é feliz. Todo animador se prepara pela oração acolhendo o dom de Deus, na humildade de seu coração, sabendo-se instrumento nas mãos divinas. O próprio mandato do Senhor: “Rogai ao Senhor da Messe que envie operários à sua Messe” (Mt 9,38), deve encontrar eco, em primeiro lugar, naquele que é enviado, em nome da Igreja, a convidar novos operários para o cultivo de sua Messe. 
Exige-se grande zelo por todos os vocacionados. O animador deve mostrar por todos um grande amor. Sua dedicação, sua disponibilidade, seu serviço devem ser sem medidas, ele deve possuir esse dom antes de assumir o cargo. Ninguém deveria ser nomeado para assumir essa função se não tivesse esse espírito zeloso, que se reflete na dedicação constante em favor do Reino de Deus, não medindo sacrifícios ou adiando renúncias. O zelo pelos fiéis deve ser uma qualidade de todo aquele que consagrou sua vida, em qualquer serviço, em favor do Reino de Deus, mas nessa ação pastoral deve ficar sobremaneira vigilante, pois está cultivando um chamado muito frágil, que necessita de atenção permanente, dedicação constante e amor sem medida.
Eis uma palavra de fácil compreensão: entusiasmo. A pessoa que se entusiasma por uma causa com muita facilidade arrasta atrás de si imensa multidão. O entusiasmo sempre contagia. Todos os jovens percebem logo se a pessoa “vestiu a camisa” da causa que prega ou se é meramente um funcionário, sem vibração. A presença de uma pessoa apática, morna, indefinida cria dificuldades para o bom andamento da equipe vocacional. Quem é entusiasta pelas vocações faz de tudo para ganhar jovens para Cristo, objetivo maior. Ele se prepara, descobre novas alternativas, é criativo, se aperfeiçoa e se dedica ao estudo e ao preparo constante para seu trabalho, irradiando alegria e satisfação.
Por que alguns animadores vocacionais conseguem mais candidatos que outros? Será por simpatia ou por mais qualidades humanas?
Eis o que na verdade conta: sinceridade, humildade, espírito de diálogo, capacidade de trabalhar em equipe, enfim, perseverança no trabalho.
É essencial e exigência para todos os animadores vocacionais a virtude da sinceridade, Não se deve encontrar falsidade em suas colocações. A franqueza e a honestidade no trato com todos são indispensáveis. Ninguém tolera um caniço agitado pelo vento.
Dentro de uma equipe vocacional não devem ser minimizadas, destruídas ou menosprezadas as capacidades, os resultados e as virtudes do colega ou do leigo da comunidade. Se o coordenador o fizer, não estará “somando” com a Igreja, mas dando um contra testemunho. Cada um tem sua personalidade própria, com seus dons e qualidades, que podem ser aperfeiçoados, nunca imitados ou copiados.
Aliada a esta virtude da sinceridade encontra-se a da humildade. O animador vocacional humilde nunca conta vantagens de seu trabalho e do êxito alcançado. Muito menos faz referência ao trabalho pouco eficiente do colega. A humildade exige que ele guarde em segredo o numero de vocacionados que está acompanhando, sabendo-se humilde instrumento nas mãos de Deus. Caso contrário, isso pareceria fruto de suas habilidades pessoais. Na verdade, o resultado bom alcançado deve ser creditado ao pároco, aos catequistas, aos professores e às comunidades.
De fato, o animador deve ter consciência de que ele apenas colhe o que outros plantaram. No mundo da fé, a animação vocacional situa-se na “opção da fé”, que ocorre apenas quando há uma boa “educação da fé”. Dessa forma, quem preparou o terreno favorável para o surgimento de uma vocação não foi aquele que chegou de repente em uma comunidade e despertou interesse pela vida religiosa em alguns jovens. Quem criou o clima favorável, e por muito tempo viveu e testemunhou a fé, foram as pessoas da comunidade no dia-a­ -dia de suas vidas. Agora, numa hora determinada, houve apenas o “toque provocativo”, o impulso a seguir este ou aquele caminho.
Também deve caracterizar um animador vocacional o espírito de diálogo. Vivemos num mundo pluralista e democrático, onde a apologia e o autoritarismo não conseguem converter. O respeito aos pontos de vista dos outros, sem deixar de discordar ou sacrificar as próprias convicções, cria uma atmosfera propícia para a vivência da caridade na diversidade.
Em todos os momentos, especialmente em publico, a caridade cristã deve ser um distintivo permanente para quem atua em nome da Igreja. Assim, um diálogo caridoso, valorizando a pessoa do outro e as convicções comuns, é um ponto de partida para uma reflexão progressiva. Do contrário, cria-se um mundo de fechamento, no qual a animosidade leva a discussões estéreis, sem vantagem para Cristo e sua Igreja.
A capacidade de trabalhar em equipe caracteriza, de certa forma, o mundo de hoje. Na pastoral das vocações, quem não consegue trabalhar em equipe não conseguirá qualquer resultado. Tudo é organizado em equipe: o planejamento as reuniões, os impressos, as viagens, a organização das palestras, os encontros vocacionais, as romarias, as caminhadas...
Trabalhar em equipe não é somente um discurso. Todas as qualidades devem ser vividas antes no próprio grupo. Cada um deve ter o espírito da Parábola do Bom Pastor (Jo 10,11-16). É necessário que todos se ajudem, que sejam desenvolvidos a capacidade de caminhar juntos, o respeito mútuo, a atenção aos mais necessitados de apoio.
Finalmente, ressaltamos a perseverança no trabalho iniciado. Pessoas “desanimadas” contagiam negativamente todo o ambiente. Não deve haver desânimo porque na primeira oportunidade não houve a resposta esperada. E muito menos amaldiçoar a tudo e a todos por não ter tido o próprio esforço reconhecido ou valorizado. Além disso, o animador vocacional não pode ficar continuamente se queixando, se lamuriando pelo trabalho penoso assumido.  Se tiver aceito com alegria, nada será demais, mesmo que sacrifique  algumas horas extras durante o dia, na certeza de que terá um retorno gratificante por tudo o que realizou.
A virtude da perseverança venceu obstáculos quase intransponíveis para muitos. A paciente espera por resultados favoráveis fez vibrar de alegria os pescadores desanimados, agora com a abundante pesca, após uma noite mal sucedida (Lc 5,5). Nesse trabalho não há heróis natos; todos os que conseguiram algo o fizeram após muita dedicação e amor em favor da causa em que acreditaram.
Qual o papel do animador vocacional?
Ser animador vocacional é uma vocação. É uma pessoa que vive com alegria, que conseguiu dar sentido à existência, mediante cultivo da fé em Jesus Cristo e a sua Igreja. (Como pessoa humana) - É uma personalidade adulta que vive com satisfação, uma vida rica de sentido, mediante o cultivo do SER, enriquecendo-o com todas aquelas qualidades humanas. Este exerce um papel fundamental na Igreja devendo:
- Criar um clima e ambiente vocacional nas pessoas, famílias e na comunidade.
- Suscitar vocações: despertar nos membros do povo de Deus à vontade e a disposição de estarem atentos aos chamados concretos de Cristo e da Igreja, em sua vida pessoal e na realidade eclesial.
- Discernir as vocações: ajudar a cada cristão a descobrir, em suas ânsias e tentativas de compromisso, as afinidades profundas do seu ser em relação com a função concreta no corpo da Igreja.
- Cultivar opções: orientar e acompanhar o cristão em seu compromisso concreto e histórico, para um maior descobrimento e crescimento vivencial que o leve à maturidade da opção da comunidade da Igreja, tanto na linha da santidade como na do ministério.
Processo de Formação de um Animador Vocacional:
1 - VIVÊNCIA: CRISTÃ EVANGÉLICA
- é a base da formação de um animador vocacional para ser testemunho de vida. Uma vivência evangélica no sentido comunitário de uma vida de CARIDADE, ESPERANÇA E FÉ. Para ter a experiência de fraternidade deverá ser formado num trabalho e vivência de equipe de vida com planejamento e revisão de vida e trabalho. Dias de encontro, de formação, são importantes e necessários.
2 - REFLEXÃO DOUTRINÁRIA
- Intensa formação teológica à base dos documentos conciliares, no contexto bíblico e da história da Igreja. O estudo do homem, tanto de sua psicologia, como de sua realidade sociológica. As técnicas modernas de ação e de comunicação devem fazer parte de sua bagagem intelectual.
3 - TREINAMENTO PRÁTICO
a) compromissos com os movimentos paroquiais e diocesanos.
b) contato com as modernas técnicas de trabalho com jovens.
c) participação de encontros de animadores vocacionais, de equipes que trabalham com
jovens e estar a par de experiências apostólicas.
d) levar a comunidade o material vocacional desenvolvido pela Diocese (a celebração Vocacional do 2º domingo de cada mês, os cartazes das semanas vocacionais, o material do Dia Mundial de Oração pelas vocações no 4º Domingo da Páscoa e o material do mês vocacional etc)
e) envolver-se com a coordenação de catequese e com grupo de adolescentes e jovens de sua comunidade;

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