ADVENTO
O
ano litúrgico começa com o tempo do advento, termo que significava vinda ou
aproximação e é derivado do verbo vir. Na linguagem religiosa pagã, adventus
indicava a vinda periódica de Deus e a sua presença teofânica no templo. É,
pois, regresso ou aniversário.
Para
os cristãos, adventus era a última vinda do senhor, no fim dos tempos.
Todavia, ao surgirem as festas do Natal e da Epifania, significou também a
vinda de Jesus na humanidade da nossa carne. Estas duas vindas: a de Belém e a última são tidas como uma só vinda em
duas etapas. Esta dupla dimensão de espera caracteriza todo o advento.
Na Igreja o Advento
é o tempo litúrgico (organizado em quatro semanas) que precede, como
preparação, a festa do Natal. Durante este tempo que se olha a Cristo “que
vem”. No Advento celebra-se o Mistério da Encarnação e a vinda do
Salvador. É um tempo de
esperança; espera do Senhor que vem; espera do senhor que virá, uma espera
ativa e vigilante! Surgiu no séc. IV, com três semanas de duração, à imitação
da quaresma, ou das três semanas de preparação pascal, exigidas pelo
catecumenato.
A
duração do advento variava, conforme as igrejas, entre três e seis semanas. Em algumas regiões caracterizou-se pela penitência (as Gálias) e noutras pela
alegria (Roma). Em todo o caso, o aspecto de espera prevaleceu sobre o da
preparação. Como vinda de Cristo anunciada pelos profetas, apontada pelo
Precursor e realizada pela Virgem Maria, são três as figuras centrais do
advento: Isaías, João Batista e Maria. Durante o advento, tempo de esperança e
de preparação, lê-se o livro de Isaías. Os domingos segundo e terceiro
centram-se na pessoa e obra do Batista. Os últimos dias desse tempo refere-se a
Maria, a mãe de Jesus, que viveu intensamente o Advento durante os nove
meses da gestação de Jesus.
Vale
ressaltar mais uma vez a que O Tempo de Advento possui dupla característica:
tempo de preparação para o Natal, em que se comemora a primeira vinda do Filho
de Deus entre os homens e um tempo em que os corações voltam-se para a
expectativa da segunda vinda de Cristo no fim dos tempos. Não um fim em sentido
catastrófico, mas soim como consumação dos tempos – novo céu e nova terra. O
centro é a festa do Natal.
Durante este tempo do Advento, se
olha a Cristo “que vem”, em vários sentidos:
a)
Na vinda histórica, acontecida
há quase dois mil anos: revive-se a esperança de Israel.
b) Em
sua vinda escatológica, a que acontecerá no fim dos tempos; é nossa esperança
atual.
Às vezes são apontadas também
outras vindas, como a vinda a cada um pela graça e a vinda sacramental, mas
estas não são o típico do Advento. A cor das vestes litúrgicas é a roxa
ou violeta (lilás).
A coroa do Advento:
O símbolo que traduz a espera do novo que vem é a coroa do advento e as quatro velas (que simboliza as quatro semanas). É feita de ramos verdes de
pinheiro, cipreste ou outros ramo da natureza.
O verde sempre vivo representa
toda a natureza que está atenta à espera do Salvador. Muitas
vezes na coroa do Advento está um laço
vermelho. É o símbolo da realeza.
Este laço passa toda a coroa e faz dela uma coroa da realeza, isto é, de um rei
vitorioso. Nosso Deus é um Deus de vitória!
As quatro velas:
AS
VELAS – em número de quatro, significam os quatros domingos do Advento que é o
tempo de espera do Salvador. A vela é um sinal de fé muito ligado à vida de
todos nós. Estas velas acesas, uma a uma, em cada domingo, significam a espera
vigilante na fé. É a luz que cresce na medida em que se aproxima a vinda do
Salvador. A liturgia do Advento nos impulsiona a reviver os valores essenciais da fé Cristã, ressaltado sobretudo a alegria expectante e vigilante, a esperança, a pobreza, a conversão. É um tempo de esperança, pois Cristo é a nossa esperança (1Tm 1,1).