7 de maio de 2012

Maria e as Vocações - Maio 2012 - formação de animadores


MARIA E AS VOCAÇÕES

(Pe. Valdir Antonio Riboldi – Assessor da Equipe Diocesana de Animação Vocacional)

            Tradicionalmente, na Igreja Católica, maio é dedicado de modo especial a renovar nosso afeto à Mãe de Deus e nossa. Veja-se, por exemplo, as datas a ela reservadas durante este mês: dia 08 - Nossa Senhora da Estrela; dia 13 - Nossa Senhora de Fátima; dia 24 - Nossa Senhora Auxiliadora; dia 26 - Nossa Senhora de Caravaggio; dia 31 - Nossa Senhora da Visitação e Nossa Senhora Medianeira de todas as Graças.


            Olhemos para Maria e procuremos refletir sobre o tema: “Maria e as Vocações”, com a finalidade de iluminar, não a vocação dela, mas a nossa. Afinal, ela é um explendido modelo para toda e qualquer vocação.


            A vocação de Maria, enquanto chamado, está descrita em Lucas 1,26-38. Trata-se do texto conhecido como “anúncio do anjo a Maria”. Mas enquanto resposta, a vocação de Maria aparece neste mesmo texto e em muitas outras situações do Novo Testamento (quatro Evangelhos, Atos dos Apóstolos e Apocalípse, principalmente). A história de suas aparições nos diversos tempos e lugares do mundo, com suas mensagens também poderia servir de base para a compreensão da Vocação de Maria na linha da Sua Missão que ainda não acabou, mesmo se ela já está na glória, em plena comunhão com a Santíssima Trindade. Neste espaço veremos apenas algumas características do chamado e da resposta  de  Maria diante de Deus. Certamente estes poucos acenos poderão nos ajudar a olhar para a nossa vocação com mais carinho e responsabilidade.


            Primeira característica: A iniciativa do chamado é sempre de Deus: “O anjo Gabriel foi enviado por Deus... “ (Lc 1,26); O anjo toma a iniciativa do diálogo. É sempre assim. Jesus dirá mais tarde: “não fostes vós que me escolhestes, fui eu que vos escolhei”.


            Segunda característica: Maria, a destinatária do chamado divino, não é uma pessoa do “oba-oba”, mas alguém reflexiva, ponderada, prudente. Ela não responde ao anjo de forma precipitada mas quer entender bem a proposta e como as coisas haverão de acontecer. Ela pergunta, analisa, reflete e amadurece sua decisão em um processo no qual pondera de forma responsável o que de fato lhe está sendo proposto. Em um primeiro momento fica perturbada e em um segundo pergunta “como se fará isso” já que para ser mãe precisa da participação de um homem e ela se havia consagrado a Deus. É verdade que ela era noiva de José, mas, segundo sérias interpretações, ambos teriam feito voto de virgindade consagrando sua sexualidade a Deus.


            Terceira característica: Maria é mulher do silêncio e da oração. “Maria, porém, conservava todos esses fatos e os meditava em seu coração” (Lc 2,19). Sem a interioridade, sem o cultivo de um contínuo diálogo com  Aquele que é a fonte da vocação, não é possível “ouvir” e muito menos “responder”. O seu “faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38) é totalitário porque amadurecido na profundidade do seu ser que, por sinal, é também humilde: “Eis a serva do Senhor” (Lc 1,38).


            Quarta característica: A vocação de Maria se concretiza pela ação do Espírito Santo que encontra nela a disponibilidade, o desprendimento, a colaboração ativa (ver Lc 1,35). Quando Deus chama e encontra disponibilidade da parte humana, age de tal forma que o “impossível” vem superado como disse o arcanjo Gabriel: “Porque para Deus nada é impossível” (Lc 1,37)


            Quinta característica: A resposta vocacional se traduz em compromisso alegre e generoso em relação aos necessitados de nossos préstimos. Maria partiu às pressas para a região montanhosa à procura de Isabel sua parenta que estava grávida de João Batista, em idade avançada, e que, naturalmente, haveria de precisar de seus serviços (cf Lc 1,39); na casa de Zacarias e Isabel prorrompe em júbilo e louvor reconhecendo a ação maravilhosa de Deus em favor da humanidade utilizando-se de sua humilde pessoa (cf. Lc 1,46-55). Igualmente nas Bodas de Caná, percebe as dificuldades pelas quais passam os noivos quando vem a faltar o vinho da festa (cf. Jo 2,1-5). Ela não se omite: “Eles não têm mais vinho” (Jo 2,3).


            Sexta característica: A vocação inclui também a dor que é fecundidade. É a “poda”a que todo ramo que produz fruto é submetido para que possa produzir ainda mais fruto (cf Jo 15,2b). É a “poda” que faz rejuvenescer a vocação. Maria, conforme a professia do velho Simeão (cf.Lc 2,35). O momento culminante de sua dor foi junto à cruz do Senhor, quando “de pé” tudo suportou e ofereceu juntamente com o Seu amado Filho, gerando em “dores de parto” a Igreja (cf Jo 19,25). Na pessoa do “discípulo amado” estávamos nós também e aí ela se tornava nossa mãe na ordem da graça, já que nos havia gerado na dor: “Mulher, eis aí o seu filho” (Jo 19,25) e ao discípulo: “eis aí a sua mãe”.


            Setima característica: Na fidelidade à vocação Maria é mulher vitoriosa. Ela vence o dragão porque Deus está com ela (ver Ap 12,13-17). Como foi obediente e “praticou a Palavra” no discipulado de Jesus Cristo, entra também na posse do Prêmio Eterno. Foi elevada à glória dos céus, na plena comunhão com a Santíssima Trindade (dógma da Assunção ao Céu), de onde continua a interceder por seus filhos e de onde é enviada em missão para chamar-nos à conversão. São provas disso as suas manifestações no decorrer dos séculos, em geral oficializadas e confirmadas em inumeráveis santuários marianos.


            Espero que este esboço possa ser útil. Certamente não é completo, mas serve como ponto de partida. Que Maria, Mãe e modelo de todas as vocações, ajude você na fidelidade à vontade Daquele o(a) chama por amor.

 

Bom Estudo para a sua equipe paroquial!

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